terça-feira, outubro 26, 2004

DocLisboa II

Como alguns já devem ter reparado, existe um interesse acentuado por parte da União Europeia e muito também pela França, de fazer sobressair o cinema europeu face ao cinema norte-americano, que domina quase por absoluto os circuitos comerciais. No caso dos franceses que por vezes até são um pouco nacionalistas, existe um culto da língua francesa que já levou à tentativa de alteração do nome Walkman por um nome qualquer francês, que eu não sei qual é mas nem mesmo os franceses sabem, pois ninguém respeitou essa intenção forçada por parte de uns certos eruditos franceses.
Mas isto tudo para dizer o quê? Para dizer que, sendo o DocLisboa uma iniciativa muito positiva e tendo como pressuposto um acesso relativamente barato; já não concordo quando dizem que é uma das poucas possibilidades que o público tem de os visionar. Porque isso não é mais do que uma mentira nos dias de hoje, e em certa medida revela uma desresponsabilização por parte das entidades competentes. A pergunta é simples, sendo grande parte desses filmes franceses, e dando eles uma imagem alargada e mais clara da realidade humana, porque raio os franceses não se deixam de “cocosices” e os colocam na net para se poder fazer o download deles, volto a repetir, ponham os filmes na net através de mirrors, como fazem as distribuições linux, que são maiores de que qualquer filme. Para se ter uma ideia, uma distribuição linux ocupa normalmente 3 cd’s rom, enquanto um filme de hora e meia cabe perfeitamente (com boa qualidade de imagem) num único cd-rom codificado em AVI. É que, se os franceses querem realmente ter um impacto na cultura mundial como os americanos têm, e um dia terem os seu “Are you talking to me?” está na altura de fazerem algum investimento nesse sentido, ficaria-mos todos a ganhar. E não venham com a conversa da tanga de que há muitos filmes e não dava para por todos, ou que alguns ainda estão no circuito comercial, porque tudo isso se resolve através de uma selecção e de um tempo de espera durante as exibições dos mesmos, tenho a certeza que o culto dos filmes franceses levaria mais gente a vê-los do que o contrário. Se se quer que estes filmes sejam vistos como uma tentativa real de se mudar o mundo, então a sua constante censura monetária levar-nos-á a questionar essa boa intenção.


Amelie Poulain - Fonte eMule Posted by Hello

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